A mudança de carreira na faixa dos 50 anos é tão válida quanto na juventude. Pelo menos é o que a maioria dos brasileiros entrevistados acredita, como mostra uma pesquisa que realizamos. Veja!
Buscamos entender se pessoas de 16 a 50 anos ou mais já pensaram ou pretendem mudar de carreira. Cerca de 82,2% dos participantes a partir dos 40 anos disseram que sim, porcentagem próxima aos 82% dos jovens de 16 a 24 que responderam o mesmo.
Para a maioria dos entrevistados, inclusive, não há limite de idade para a transição de carreira acontecer. Pelo menos 69,8% disseram não acreditar que há uma faixa etária limite. Uma pequena parte (13,4%) diz que a idade ideal é até os 40 anos, enquanto 10,6% diz que aos 30 anos é o limite.
Em geral, os principais motivos para a decisão são a busca por melhores salários e falta de realização profissional e pessoal, citadas, respectivamente, por 64,8% e 36,6% dos entrevistados.
Falando das outras razões, que revelam uma tendência importante no mercado de trabalho, mais de um quarto dos respondentes (29,6%) disseram que mudariam de áreas de trabalho para empreender, enquanto a necessidade de mais saúde física e mental segue logo na dianteira, com 29% das respostas.
Curiosamente, os profissionais em início de carreira, muitos dos quais ainda são universitários, tendem a acreditar mais que as empresas são resistentes à transição que os mais seniores.
Pelo menos 44% dos jovens de 16 a 24 anos acreditam que as corporações não encorajam a contratação de novos profissionais vindos de outras áreas profissionais. Já entre a faixa dos 40 a 50 anos ou mais, grande parte (cerca de 30,2%) acredita que as empresas são indiferentes à mudança de carreira.
Para os mais experientes, a preocupação com o salário também é maior. Após citarem a preocupação com o desenvolvimento de novas habilidades, a possibilidade de frustração com a nova carreira e a procura pelas oportunidades de trabalho, cerca de 12% disseram que recomeçar com um salário menor é um dos grandes desafios na hora de escolher trocar de profissão.
Da mesma forma, ter uma condição financeira apropriada é o que daria segurança para este grupo tomar a decisão de se aventurar em uma nova carreira, segundo a pesquisa. O autoconhecimento profissional também foi citado entre os entrevistados desta faixa etária como um fator de incentivo para a transição. Pelo menos 36% disseram se sentir mais confiantes se entenderem melhor quem são e onde querem chegar enquanto profissionais.
Já entre os iniciantes, o que mais pesa como incentivo para mudar de carreira é o apoio da família, sendo importante para 61% deles. No entanto, a condição financeira e o incentivo do mercado de trabalho também entram na lista como fatores levados em consideração.
Em geral, os profissionais não esperam contar com o apoio das empresas nas quais já trabalham quando tomam a decisão de se aventurar em outros caminhos. O motivo foi um dos menos citados dentre as opções disponíveis (28%).
Para alcançar melhores condições financeiras, os respondentes demonstraram estar dispostos a lidar com as adversidades.
Apesar do preconceito e etarismo ainda serem presentes na sociedade, os profissionais que tomam a decisão parecem não deixar que este seja um empecilho para sua transição. O motivo foi citado como uma preocupação por apenas 2,2% dos respondentes.
De 15 a 22 de março de 2023, foram questionadas 500 pessoas acima de 16 anos, de todos os perfis socioeconômicos e regiões do país. Para participar da pesquisa era necessário ter acesso a internet.
Para chegar nos resultados, solicitamos aos entrevistados que respondessem a um questionário com 6 perguntas obrigatórias, sendo duas de múltipla escolha.